sexta-feira, 3 de março de 2017

Carta de Dostoievski ao seu irmão Mikhail

Fonte da foto: http://www.fedordostoevsky.ru/works/letters/1845-1849/22-12-1849/

No envelope se lê: Para Mikhail Mikhailovitch Dostoievski, na Avenida Nevski, em frente à Rua Gryaznaya (1), na casa de Neslinda (2).

Através desta carta, a gente pode acompanhar um pouco das agruras passadas pelo titã russo durante o período em que foi preso, sob alegação de participar das reuniões do  círculo Petrachevski, apesar de ele já não participar mais de tais reuniões há meses.


 Mikhail Dostoievski
(fonte: wikipedia.ru) 

Mikhail Mikhailovitch Dostoievski  era o irmão mais velho de Fiodor Dostoievski. Era, ele também, um escritor, tradutor, dramaturgo e editor de jornais. Esteve preso na Fortaleza de Pedro Paulo no ano de 1849, sob acusação de envolvimento com o círculo de Petrachevski, assim como seu irmão Fiódor, mas foi solto antes, tendo ficado pouco mais de um mês, ao passo que Fiódor, além de ter ficado na mesma prisão por 8 (oito) meses (incluindo solitária), foi, ainda, mandado para um presídio e trabalhos forçados na Sibéria, na cidade de Omsk. Isto posto, vamos à carta.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Moda na URSS: Revistas Femininas de Moda - 1ª Parte


Fonte da foto: http://ussrlife.blogspot.ru/2013/08/blog-post_30.html

Já ouvi estereótipos de todos os tipos a respeito da URSS. Um deles é o de que o pessoal por lá, principalmente as mulheres, se vestia mal e, a exemplo das imagens que mostravam da China naquela época, de uniformes azuis ou alguma coisa do gênero.

  Nada mais falso: os soviéticos eram elegantes e possuíam sua moda própria e é sobre isto que o post de hoje vai tratar, ressaltando, conforme artigo publicado pela Gazeta Russa, que
"Costuma-se acreditar que, após a Revolução Russa, não havia tempo para se pensar em moda no país. Em meio ao mais cruel terror, à fome e à guerra, como alguém poderia falar de moda? Por mais estranho que seja, no entanto, os anos 1920 foram uma das épocas em que a moda esteve mais presente na história soviética."

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Tchernichevski e o livro que influenciou Lenin: "O que fazer?"





 Muitíssimo conhecido na Rússia, Nicolai Thernichevski é pouco ou nada conhecido no Brasil, o que me faz iniciar este post por uma rápida biografia dele, extraída do livro "Literatura e Revolução", de Liev Trotski:
" (1828/89). Jornalista, revolucionário, crítico e romancista radical. Sua oposição jornalística ao regime czarista tornou-o famoso. Influenciado filosoficamente por Hegel e Feuerbach, desenvolveu suas ideias radicalistas independentemente de  Marx. Seu ensaio de 1855, "As relações estéticas da arte com a realidade", afirmava que os verdadeiros árbitros da beleza eram os indivíduos comuns. Crítico em relação às limitações existentes na emancipação dos servos por Alexandre II em 1861, seu periódico "Sovremennik" (O Contemporâneo) foi fechado várias vezes. O romance "O que deve ser feito" (1) (1862) se propõe a ser um rival radical de "Pais e filhos", de Turguêniev. Foi mandado para o campo de trabalhos forçados em 1864. A isso se seguiram 12 anos de exílio no vilarejo ártico de Irkutsk. Foi uma grande inspiração para muitos socialistas do século XX".

sábado, 25 de fevereiro de 2017

---História da Rússia stravés dos selos.Parte 1:Selos no Império Russo



Quando eu era novinha, amava colecionar selos. Possuía muitos, que meu avô, um libanês, me dava, vindos de sua terra, em correspondências que trocava, habitualmente, com sua família, que havia permanecido por lá. Possuía, também, vários selos do Brasil, alguns da Itália, Espanha e Portugal, França, Bélgica, etc, que minhas tias e meu pai arrumavam para mim. Com o tempo, fui largando minha coleção, que se perdeu durante uma das mudanças de casa que fiz, mas meu interesse por eles permanece até hoje, o que me levou a criar este post com selos históricos da Rússia durante o período do Império Russo.Através deles, a gente pode vislumbrar um pouco da história do país.
(Os da União Soviética formarão um post a parte,para um futuro próximo ).

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Um pouco de Pushkin: A Perfídia




A Perfídia

Se teu amigo, ao ouvir-te as razões,
Retira-se em silêncio causticante;
Se a mão afasta da que lhe propões,
Como de cobra, a estremecer no instante;
Se ele, cravando em ti o agudo olhar,
Move a cabeça desdenhosamente,
Não digas: "Está louco de pesar:
É, de fato, um garoto, está doente";
Não digas: "Ele é todo ingratidão;
Irado e fraco não merece estima;
A vida, sonho mau, faz-lhe aflição..."
Estarás certo? É a calma que te anima?
Se é assim, dispõe-se ele a morrer
Afim de reconciliar-se cm o amigo.
Porém se da amizade o almo poder
Usavas para afronta iníqua, digo,
Porém se espicaçavas com ardis
Sua imaginação desconfiada,
E eram teus recreios senhoris
Ver-lhe, triste e a gemer, a alma ultrajada;
Porém se foste da calúnia vil
Para o enodoar eco despercebido,
Se grilhões lhe lançaste, e a quem hostil
Lhe era, a rir, o entregaste adormecido,
E ele leu de tua alma na mudez
O oculto, com o olhar cheio de ânsia,
Basta! de frases fúteis não é vez:
Estás julgado em derradeira instância.

(1824)

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