Aproveito, na oportunidade, para apresentar mais alguns derivados de nomes russos, conforme já vinha fazendo em posts mais antigos.
A tônica de todas as falas é sempre a mesma: os votos de um feliz ano novo, com referências ao ano que passou e aos feitos realizados na esfera política e economica. Uns mais, outros menos, falam de suas expectativas para o ano que vai entrar.
A série de vídeos começa com "Lyosha", nome derivado de Leonid(Brejnev), o primeiro presidente soviético a emitir mensagens de final de ano pela televisão. Depois dele houve uma pausa, retomada com Gorbachev.
Na sua época ainda não havia recurso do Teleprompter e o coitado do Brejnev lia o texto de maneira quase autômata.
Em linhas gerais, ele fala, com um sonolento ufanismo, do "grande passo dado pelo país rumo ao comunismo";lembra do "grande Lenin"; fala que "este é o último ano do oitavo plano quinquenal, ano de muito trabalho e criatividade, de novas vitórias e conquistas" (sic) - tudo resultado do trabalho do povo soviético. Fala, ainda, sobre democracia e sobre as esperanças para o ano de 1971; tudo isto, sem se esquecer de cumprimentar os "irmãos socialistas" de outros países, que "lutam pela liberdade e contra o imperialismo e capitalismo".
Em seguida, temos o "Misha", ou seja, o Mikhail Gorbachev.
Seu discurso já é bem diferente do anterior, guardando semelhanças apenas nos votos de felicidades para o próximo ano. Já não se nota mais o ufanismo que marcava o discurso do primeiro vídeo. Fala de problemas, dificuldades. Afirma que "depois de um ano difícil, nós começamos a reconstrução". Fala da grande dificuldade da reforma econômica e do agravamento da situação do mercado de bens de consumo. Ressalta que, apesar de tudo," agora temos claramente delineado o objetivo que queremos alcançar. Esta é uma demonstração humana da sociedade socialista e de justiça social ". Lembra que no ano de 1989 foi o ano das primeiras eleições livres da URSS. Fala muito das realizações de 1989, mas pouco do que espera do ano vindouro.
Interessante observar que os demais vídeos possuem comentários -poucos ou muitos, não importa - mas o do Gorbachev não os possui...
Sai "Misha", vem Boriska, aquele que gostava de um bom gole: o Boris Ieltsyn.
Como consta de um dos comentários do vídeo de Ieltsyn, dá para sentir que, para ele, cada mensagem de fim de ano é uma festa pessoal: parece que ele estava mesmo comemorando., com uma taça de champagne pronta para fazer um brinde..e a face denotando que já havia "brindado" bastante...
Seu discurso é mais vazio. Selecionei apenas um trecho, apenas para não passar em branco: "o ano não foi simples para o país, mas a noite do Ano Novo representa sempre uma nova esperança. Acredito que as luzes da árvore de Natal vão aquecer até o coração mais gelado e inspirar aqueles que junto a você , se cansaram e perderam as esperanças".
Após Ieltsyn, Temos o "Vovka",nome derivado de Vladímir (Putin) e, ao lado de seu sucessor, o campeão em comentários(pró e contra). Este pronunciamento ainda foi feito de seu gabinete no Kremlin: no ano seguinte, ele faria um pronunciamento direto da Praça Ivanovski Ele foi o primeiro dirigente do país que não ficou apenas nos pronunciamentos televisivos: ele passou a sair às ruas para cumprimentos.
Neste pronunciamento, Putin inicia se referindo ao primeiro presidente russo que renúnciava: Yeltsin e sobre seu pedido de que conduzisse o país.Afirma que não haveria nunca nem um minuto de vácuo no poder do país: "isto nunca aconteceu, nem nunca haverá de ocorrer".
No mais, ele deseja a cada cidadãofeliz ano novo, com muita saúde e um feliz novo século. Felicitações em especial para o agora já ex-presidente Ielstyn.
Finalizamos a série com o atual presidente russo "Dimka" ou Dmitri Medvédev.
Com ele dá para notar a diferença de tecnologia nestes 40 anos decorridos, desde o pronunciamento de Brejnev. Medvédev já fala bem mais descontraído, provavelmente usufruindo do teleprompter e de modernas técnicas de marketing político: é simpático, fala pausadamente sobre a "chance única de, neste dia, poder se dirigir a cada um de vocês". Fala, também, das dificuldades do ano findo e dos planos de formar um estado forte, estávvel e moderno; do esforço para dar a cada cada indivíduo mais conforto e segurança; faz referência aos 65 anos da "Grande Guerra Patriótica"(como os russos chamam a segunda guerra mundial). "Ano novo é uma nova chance, que não podemos perder".Seu discurso é menos político, do que afetivo, falando dos familiares, das pessoas que queremos bem: "Ano novo é uma gostosa festa familiar; hoje pensamos nas pessoas mais próximas, em nossos pais, em nossos filhos", etc, etc, etc. e termina desejando felicidade a todos. Menos demagogia, menos ufanismo, de todos os discursos foi o meu predileto.
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