Um velho possuía um gentil galo, que chamava Pietia, e um gato, cujo nome era Kote Kotonaiévitcj; Quando o bom velho ia trabalhar no bosque era o gato quem lhe lhe levava o almoço. O galo ficava tomando conta da casa.
Certo dia em que o gato e o velho estavam ausentes, uma esperta raposa aproximou-se da moradia e pôs-se a cantar:
Galinho bonito! Cocorocó!
Crstinha de ouro, de ouro em pó!
Vem à janela mostrar teu biquinho,
E assim que apareças ali um pouquinho,
Para alegrar tua voz catita
Dou-te bom trigo e ervilha bonita!
Sem de nada desconfiar, eis que o galo abre a janela.
Põe a cabeça para fora, debruça-se um pouco, a fim de ver bem quem estava cantar.Imediatamente, porém, a raposa apoderou-se dele, e, como uma flecha, para sua toca.
Durante a corrida o pobre galo gritava:
-Socorro! Socorro! A raposa me pegou! Oh! Oh! Pobrezinho de mim...Ela está me levando...está me levando para a grande floresta...mais longe do que a grande floresta..para os rochedos escorregadios, para o fundo dos precipícios! Oh, meu amigo Kote Kotonaiévite, salva-me!
Ainda dessa vez o gato o escuta e, mais rápido do que a raposa, salva o galinho.
-Pietia! Pietia! Eu não te havia proibido de abrir a janela à raposa? Não te havia prevenido que ela queria devorar-te? Amanhã nosso dono vai trabalhar num ponto muito distante da floresta: toma cuidado!
No dia seguinte, mais ou menos à uma hora, a raposa retornou. Pietia está de novo sozinho. A raposa canta, canta de novo: nada de Pietia. O silêncio é completo. A raposa canta pela terceira vez.
Como é isso? O galinho agora está mudo?
Então joga alguns grãos de trigo, de ervilhas, de tudo que considera capaz de tentar Pietia.
-Inútil, acaba por gritar o galo. -Inútil! Desta vez não abrirei a janela. Perdes teu tempo.
-Como te enganas, responde-lhe a raposa. E voltando à sua canção predileta:
Galinho bonito! Cocorocó!
Crstinha de ouro, de ouro em pó!
Vem à janela mostrar teu biquinho,
E assim que apareças ali um pouquinho,
Para alegrar tua voz catita
Dou-te bom trigo e ervilha bonita!
-Pietia! Se soubesses o que recusas, não querendo ouvir-me desta vez! Que alegria! Que diversões! Eu te apresentaria à sociedade! Como aprenderias ali! Que coisas preciosas estás recusando! Mas acreditas naquele gato mentiroso e se fazes de surdo comigo! Pois bem: vou embora...
E vai, mas apenas - que velhaca! - até se colocar atrás do muro dos fundos.
O galo, que tudo ouvira , e que a acreditava mais distanciada, abre a janela, debruça-se e;;;a ra´psa apodera-se dele! Desta vez pode gritar à vontade: o gato já não ouve a sua voz...
fonte: Fábulas do Mundo Inteiro (coleção Clássicos da Infância, Círculo do Livro)
Triste de quem não ouve a voz da prudência e segue as cantigas dos maus!
3 comentários:
Milu,faz um bom tempo que não venho aqui,estou com problemas de saude na família,por isso minhas visitas estão ficando mais distantes,mas não esqueço de dar uma olhada.Acabei de ler a outra fábula.Muito interessante,um grande abraço!
ola
vc sabe me informar quem criou e em q ano ? se souber fico mt agradecida ^^
Oi, Amanda, Este é um conto da tradição popular russa, daí, desconheço autor e data. Acredito que estes dados não sejam conhecidos, já que as histórias da tradição popular, geralmente, vão passando de uma geração a outra, sem registro escrito por bom tempo. A maior parte destes contos foi pesquisada e compilada pelo folclorista Alexander Nikolayevich Afanasyev.
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