(foto: http://www.kramskoy.info/)
Relembrar Ivan Gramskoi é essencial: sua obra enriqueceu o acervo artístico mundial e lamento que não seja devidamente reconhecido no ocidente; pelo menos é o que se depreende quando se tem às mãos livros sobre grandes pintores, a exemplo de "501 Grandes Artistas" ou "Tudo sobre Arte",ambos da Editora Sextante. Duas obras maravilhosas, mas que pecam pelo pouco espaço dedicado às artes russas: não econtrei, nos índices os nomes de dois grandes pintores de lá - Ilyá Repin e Kramskoi. Confesso que acabo de ganhar tais obras e ainda não tive tempo de esmiuça-las, mas procurei muito rapidamente, no índice remissivo; procurei e reprocurei, nada achando. Uma pena...Esta lacuna, preenchida de injustiça, me fez criar este post, inaugurando o fim das férias do blog, dedicado a Kramskoi, uma vez que Repin já tem seu espaço garantido no blog e em casa, através de reproduções que enfeitam minha biblioteca nas figuras de Leonid Adreiev e Tolstoi.
Kramskoi aborda, com bastante frequência, motivos religiosos, assim como seu conterrâneo e contemporâneo Nikolai Ge e, assim como este, estudou na Academia Real de Artes de São Petersburgo, tendo sido o iniciador da "revolta dos 14", em 1863, quando um grupo de 14 estudantes da Academia concluiu que suas regras constrangiam a verdadeira arte e seus professores eram muito conservadores. Num esforço para trazer a arte para o povo, estes alunos formaram uma sociedade independente, denominada Peredvizhniki, sobre a qual já dei "umas pinceladas" nos posts sobre N.Ge e I.Repin.
Um dos quadros mais famosos de Gramskoi, intitulado “Cristo no Deserto", de 1872,(foto abaixo), é hoje guardado na Tretiakovskaya Galeria, de Moscou (ver sobre esta galeria aqui).
(foto do site http://www.kramskoy.info/, em projeto conjunto com o site do Estúdio Neófito)
Este quadro foi pintado quando ainda era aluno da Academia Imperial de Artes de São Petersburgo.Inicialmente, ele desenhou um homem lendo o Evangelho. Recebeu elogios do professor mas -fato interessante - ao mostrar o trabalho a um velho vendedor que passava casualmente, viu que este não gostou do desenho, alegando não haver luz em sua face, faltar-lhe "alma". Dez anos depois, Kramskoi ainda se lembrava do que o velho mercador havia lhe dito, como se fosse ontem. Só mais tarde a obra foi terminada e veio a público, já resultado de anos de pesquisa.É uma tela a óleo maravilhosa, de uma expressividade monumental.
Kramskoi pintou uma fabulosa galeria de retratos de russos eminentes, tanto escritores, artistas, homens públicos e do povo, com alguns exemplos a seguir:
Nikolai Nekrassov (poeta, escritor, crítico e editor russo:
Serguiei Kromskoi, filho do artista:
3 comentários:
Que beleza.
VAi ficar ai pelo frio ou vem curtir o calor da terra-pátria?
Seja o que for, aproveite bem e até a volta!
Ótimo descanso...abração...
Nossa, concordo plenamente, quando você diz que o ocidente ou ignora ou não dá valor não só às obras de pintores russos mas também à toda a arte, literatura, na verdade só lembram das suas batalhas, participações em guerra e quanto à seu exército e poder bélico.
Isso é triste e dói. Hoje em dia, a Rússia avança em pesquisas científicas a passos largos, mas o mundo parece omitir.
Por isso eu digo e repito que tenho muito orgulho da Rússia, de tudo que foi conquistado, de todas as suas características e de se manter firme e estável nas boas e más situações.
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