Este é um dos meus contos prediletos, na categoria de contos populares russos. Usando um dos mais tradicionais pratos da culinária russa - a panqueca (blin), este conto é uma alegoria sobre a vaidade e a esperteza.
Numa modesta choupana viviam um velho e uma velha. Um dia o velho disse:
_ Mulher, apetece-me comer uma panqueca doce. Por que não me fazes uma?
_ E como é que te posso fazer se não tenho farinha? - perguntou-lhe a velha.
_ Limpa a masseira e verás que consegues um punhado de farinha.
A velha acedeu. Limpou a masseira e recolheu dois punhados de farinha. Misturou-os com água e açúcar e fez uma panqueca que pôs a fritar em manteiga.
Quando ficou pronta, a velhinha pô-la no parapeito da janela para arrefecer mais depressa. De repente, um sopro de vento levantou a panqueca, que começou a rebolar pela rua. Como uma roda a descer, assim corria a panqueca. E deste modo rodou até encontrar uma lebre.
_ Que panqueca apetitosa! Vou-te comer! - disse a lebre, com água na boca.
Em resposta, a panqueca começou a cantar:
"Da masseira me tiraram.E em manteiga me fritaram.Amassada com água e farinha,pelas mãos da velhinha,fui posta a arrefecerpara o avô me comer.Se dos velhinhos eu fugi,eu também fujo de ti, lebre!"
Dizendo isto, a panqueca foi-se embora, deixando a lebre a ver navios. Ainda não tinha andado muito, quando encontrou o lobo.
_ Que panqueca douradinha! Vou-te comer! disse o lobo, esfomeado.
_ Que panqueca douradinha! Vou-te comer! disse o lobo, esfomeado.
"Da masseira me tiraram.
E em manteiga me fritaram.
Amassada com água e farinha,
pelas mãos da velhinha,
fui posta a arrefecer
para o avô me comer.
Se dos velhinhos eu fugi,
se da lebre me salvei,
eu também fujo de ti, lobo!"
Dizendo isto, a panqueca foi-se embora, deixando o lobo com um nariz de metro e meio.
Rola que rola a panqueca, contente por enganar todos com a sua cançoneta. Foi então que apareceu um urso.
_ Que panqueca deliciosa!! Vou-te comer! _disse o urso. A panqueca não se assustou nada e cantou:
se da lebre me salvei,
eu também fujo de ti, lobo!"
Dizendo isto, a panqueca foi-se embora, deixando o lobo com um nariz de metro e meio.
Rola que rola a panqueca, contente por enganar todos com a sua cançoneta. Foi então que apareceu um urso.
_ Que panqueca deliciosa!! Vou-te comer! _disse o urso. A panqueca não se assustou nada e cantou:
"Da masseira me tiraram.
E em manteiga me fritaram.
Amassada com água e farinha,
pelas mãos da velhinha,
fui posta a arrefecer
para o avô me comer.
Se dos velhinhos eu fugi,
se da lebre me salvei,
se do lobo escapei,
se do lobo escapei,
Eu também fujo de ti, urso!"
E, sem acrescentar mais nada, a panqueca continuou a rebolar, deixando o urso de boca aberta.Rebola que rebola, a panqueca viu a soberba e ruiva raposa vir ao seu encontro.
_ Bom dia, panqueca _ disse a raposa.
A panqueca não se assustou e começou a cantar:
Céus, que linda cançoneta! - exclamou a raposa enquanto os seus olhos lhe começavam a brilhar. _Vem, bela panqueca, senta-te no meu focinho e canta-me outra vez.
Vaidosa, a panqueca obedeceu e cantou novamente a sua cançoneta.
_ É realmente encantadora! _ continuou a raposa. _ Peço-te, graciosa panqueca, canta-me só mais uma vez, aqui na minha língua.
A panqueca, pateta, saltou para a língua da raposa e logo - "mnham!", a raposa a comeu. E como era doce a panqueca!
_ Bom dia, panqueca _ disse a raposa.
A panqueca não se assustou e começou a cantar:
"Da masseira me tiraram.
E em manteiga me fritaram.
Amassada com água e farinha,
pelas mãos da velhinha,
fui posta a arrefecer
para o avô me comer.
Se dos velhinhos eu fugi,
se da lebre me salvei,
se do lobo escapei,
se o urso enganei,
Eu também fujo de ti, raposa!"se do lobo escapei,
se o urso enganei,
Céus, que linda cançoneta! - exclamou a raposa enquanto os seus olhos lhe começavam a brilhar. _Vem, bela panqueca, senta-te no meu focinho e canta-me outra vez.
Vaidosa, a panqueca obedeceu e cantou novamente a sua cançoneta.
_ É realmente encantadora! _ continuou a raposa. _ Peço-te, graciosa panqueca, canta-me só mais uma vez, aqui na minha língua.
A panqueca, pateta, saltou para a língua da raposa e logo - "mnham!", a raposa a comeu. E como era doce a panqueca!
Um comentário:
A vaidade mata! UM LINDO cONTO COM UMA MENSAGEM LEGAL CURTI! Tudo de bom em tudo e sempre minha amiga?!
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