Só agora tomei conhecimento da morte daquela que, para mim, é a maior poeta do mundo: a russa Bella Akhmadúlina, matéria de outros posts deste blog (ver aqui); portanto, não cabe no atual post nenhuma biografia, já que isto foi assunto dos posts anteriores. Deixo como despedida (mas não como derradeira homenagem (com certeza, ainda vou postar muita coisa a seu respeito,dada minha admiração por ela) apenas uma poesia e vídeos da poeta: o vídeo da TV russa noticiando sua morte, com depoimento de seu ex marido, o também poeta Evgueniy Yevtuchenko, entre outros expoentes das artes e da cultura russa.
Akhmadúlina se foi dia 30 de novembro, depois de passar vários dias internada se recuperando de uma cirurgia (desde final de outubro).
Foi embora não só a poeta, mas uma lenda viva russa: não é a toa que o cantor russo Vladimir Vinokur a chamava de "mulher lenda". A mulher corajosa de todos os tempos teve sua última batalha finda com o mês de novembro.
O mêd acabou, a batalha de Akhmadúlina acabou, a vida de Bella também, mas sua obra é imortal, ficará para sempre...
Mazurca de Chopin
Oh, que sorte nós tivemos,
que bom foi para nós, na época
em que um disco de Chopin, tocando,
nos separava - ele apenas.
Primeiro o disco deu chiados
como uma cobra no assoalho,
mas o feiticço de Chopin
logo se fez ouvir bem alto.
Como fino tubo de ensaio
de azul colorante se enche,
moça-mazurca ela se ergueu,
balançando a cabeça encantada.
Como podia, com o colo
e o rosto pálidos do polaco,
compreender as dores que sinto
e aceitá-las, torna-las suas?
Abriu os braços, estendeu-os
para mim...desapareceu
em terra distante, deixando
o som extinguir com a agulha, no FIM.
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