segunda-feira, 15 de março de 2010

UM POUCO SOBRE AKSÍNIA: de Tolstoi a Mikhail Chólokhov.

Aksínia é o nome da personagem feminina principal do livro "O Don Silencioso", de Mikhail Chólokhov, autor russo, Nobel da literatura. Esta personagem me marcou muito por ser extremamente real, forte. Nela o autor encarnou todo o encanto da mulher cossaca, sem cair naquela coisa melosa. Dotada de uma beleza sensual, extravagante, que reúne em si vários temas problemáticos para a sociedade da época (e porque não - para a nossa também), tipo estupro (aos 16 anos foi estuprada pelo pai), traição (trai um marido que sempre a humilhava e espancava, apesar de ama-la muito), é corajosa(não teme o falatório da stanitsa onde vivia) e tem algo quê de trágico. E o autor vai transformando a personagem, a princípio de uma "beleza diabólica", mostrando traços de envelhecimento, mudando seu comportamento, que passa, gradualmente, do egoísmo ao amor repleto de ternura, de doação. A personagem amadurece, como na vida real e dá sua contribuição para transformar esta obra em uma obra prima, no melhor estilo de Guerra e Paz.

Este livro está disponível, em português, em algumas livrarias e sebos.

O título do post se reporta, também, a uma outra Aksínia, desta vez uma personagem real, grande amor de Liev Tolstoi, meu escritor predileto. Antes de se casar, Tolstoi amou uma camponesa de sua propriedade em Iasnaia Poliana. E retratou esta paixão em seu conto "O Diabo", onde a personagem Stiepanida, misto da sua Aksínia com outra camponesa, também chamada Stiepanida, amante do juiz de instrução da cidade de Tula, tendo sido por ele morta, já que se sentia pressionado pela esposa ciumenta. O juiz se matou após ter assassinado a amante.

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