sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LIVRO DO DIA: O HERÓI DO NOSSO TEMPO (DE MIKHAIL LIÉRMONTOV)


Mais um clássico da literatura russa, com tradução direta do russo, por paulo Bezerra, editora Martins Fontes, da "Coleção Clássicos". Conforme consta da orelha desta edição, "O Herói de Nosso Tempo" não é um romance, é uma biografia de tendência psicológica, em que cada história mostra um traço característico da personalidade complexa e romântica de Pietchórin. Os tormentos e as paixões refletem, em parte, o estado de alma do próprio Liérmontov. Comparado , freqüentemente, aos textos de Puchkin, esta obra situa-se entre as mais famosas e mais representativas do grande século literário russo. Conforme palavras do próprio Liérmontov na contra capa da edição russa deste livro,
"O Herói de Nosso Tempo, meus caros senhores, é exatamente retrato, mas não de uma pessoa: este retrato é formado pelas transgressões de toda a nossa geração, em pleno processo de desenvolvimento".
Estas palavras foram escritas no prefácio da primeira edição da obra, em 1840, em resposta às críticas de Belinsky, que havia afirmado ser o herói Petchórin o próprio Liérmontov.

O livro foi escrito em uma época que a Rússia vivia forte repressão: logo após o movimento conhecido como "decembrista", que reivindicava o fim da servidão, reforma agrária, regime constitucional, entre outras coisas. O Tzar Aleksandr I foi implacável, reprimindo toda e qualquer manifestação com confinamento e execuções. Começa, então, um período de luta da literatura com a autocracia. Foi neste cenário que Liérmontov escreveu esta obra, uma obra de inquietude e de angústia. E esta inquietude e esta angústia estão, também, em Petchórin, refletindo o universo individual do autor.

O estilo do romance é analítico, tipo os de Dostoievski, antecipando-o. O próprio personagem pode definir bem este estilo psicológico do romance, declarando que
"habitam nele duas pessoas: uma que vive no pleno sentido da palavra, outra, que pensa e julga".
E o personagem é implacável em sua auto análise, tipo o foi Raskolnikov, de Crime e Castigo e Stávróguin, de Os Demônios.

Sobre o romance, podemos dizer, ainda, que ele se constitui de 5 histórias:
-Bela
- Maksim Maksímovitch
- Taman
- A princesinha Mary
- O fatalista

Todas estas histórias ou contos são interligadas entre si por um mesmo personagem principal: Pietchórin, que às vezes é, também, o narrador.

A falta de uma ordem cronológica na disposição destes contos, facilitando ao leitor
perceber as mudanças dramáticas em Petchórin, que vai revelando, de conto em conto, o seu caráter.

Voltando ao autor : ele morreu assassinado em 1841.Viveu apenas 27 anos, mas o suficiente para incluir seu nome entre os maiores escritores universais.
Além desta obra, ele escreveu, ainda:

-Mascarada (1835)

Vadim (1832-1834 - obra incompleta)
-A morte do Poeta (1837)
-A Canção do Mercador de Kaláchnikov (1838)
-O Demônio (1838)

FOTO DO AUTOR:

Nenhum comentário:

GOSTOU DO BLOG? LINK ME

www.russiashow.blogspot.coms