O que ficou conhecido na Rússia (e no mundo) como "as sete irmãs" é um conjunto de arranha-céus construídos em Moscou entre finais dos anos 40 e início da década de 50 do século XX.
"As Sete Irmãs" ou "" Os Sete Edifícios de Stalin", como também ficou conhecido, é mais uma obra arquitetônica do período stalinista, marcado por obras gigantescas e majestosas, tais como o metrô de Moscou e o canal que liga o rio Moscou ao Volga, entre outras e surgiu como o pináculo do "império stalinista" no pós-guerra, em termos de arquitetura urbana.
Tal conjunto, com formato semelhante a bolo de noiva, pode ser visto de quase qualquer canto da capital russa. Suas funções são variadas, indo do hotel, passando pela universidade, até a simples moradia.
Originalmente, foi planejada a construção de 8 arranha-céus, número este escolhido para simbolizar o oitavo centenário de Moscou, comemorado em 1947, mas um dos edifícios não pode ser construído, devido à dificuldades financeiras(sua fundação serviu de base para, mais tarde, se erigir o "Hotel Rossya":O Rossia já não existe mais: foi fechado em março de 2006, pouco antes de minha última visita a Moscou. Este hotel era - realmente, algo de megalômano! Formado por 4 corpos de 12 andares cada, dispostos em um único retângulo de 250 x 150 m, com 3182 apartamentos, para 5300 pessoas e surge como um dos maiores projetos efetuados na Europa, naquela época.
Outro integrante deste conjunto é o edifício principal da Universidade Estatal de Moscou Lomonossov (MGU) (com 235 metros). A foto abaixo é do MGU quando da minha primeira ida à Moscou, em 2002:
Um dos mais altos é o edifício residencial, construído no embarcadouro da margem esquerda do Rio Moscou. Serviu de moradia aos privilegiados do regime, ao mesmo tempo que tal privilégio veio a se tornar um castigo, uma vez que Stalin, com suas neuras, mandou encher o local de câmaras, saídas secretas, postos de escutas, etc. Se o morador acordava no meio da noite e não via um membro de sua família em casa, podia ter certeza que jamais o reveria...
Hoje, aí se tornou o símbolo dos novos ricos, sendo um dos metros quadrados mais caros da capital. Possui 26 andares residenciais, mais 6 andares técnicos e mede 176 metros. Possui 540 apartamentos, dos quais, 336 possuem dois quartos, 173 de três quartos, 18 de quatro quartos e 13 de apenas um quarto.
A este edifício se agregou "o velho" - um edifício oito anos mais antigo, com saída pra o rio Moscou, criado pelos mesmos projetistas, representando um corpo de 9 andares.
Os dois totalizam 700 apartamentos, apresentando ainda correios, lojas, cinema, e um apartamento- museu, onde viveu a bailarina Galina Ulanova.
HotelUkraína:
Aqui eu fiquei na minha viagem à Rússia em 2006.
Fotos do saguão do hotel, tiradas em 2006
Ministério do Comércio Exterior:
Edifício residencial na Praça Kudrinskaya(Praça da Revolta)Fotos do saguão do hotel, tiradas em 2006
Ministério do Comércio Exterior:
Est edifício foi concluído em 1954 e possui 24 andares, dos quais 18 são residenciais. Possui mais de 450 apartamentos. Serviu de moradia para trabalhadores da indústria aeronáutica, pilotos e membros da "NOmenklatura" do PCUs e do Conselho de Ministros da URSS. O valor de seu metro quadrado também é muito elevado.
Edifício da Praça dos Portões Vermelhos
Este edifício serve para uso administrativo e residencial, possuindo em seu pátio um restaurante, tendo, inclusive, um jardim de infância. Eu o classificaria tipo um condomínio nos nossos moldes.
Alguns analistas ocidentais acreditam que o ditador, em seus delírios de grandeza, gostava de obras suntuosas e gigantescas, como uma forma de propaganda, visando mostrar a pequenez do indivíduo face ao Estado Soviético, o que , para mim, faz bastante sentido. Acrescento, a isto, o lado megalomaníaco de Stalin, a exemplo de Pedro, o Grande. Acredito não estar cometendo erro em comparar os dois, principalmente suas obras, que maravilham tantos turistas até hoje. Bem como, não é errado comparar o sacrifício humano das obras destes dois "imperadores". Mas, mais do que tudo - o que ficou, tanto de um como de outro, foi a suntuosidade e grandiosidade que são típicas de um país e de um povo grandioso e lindo.
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