Outros, são completamente desconhecidos, mas nem porisso piores ou de menor valor. Em outro post já tive a oportunidade de colocar um resumo biográfico sobre ela. Agora, continuo apresentando Bella através de suas poesias.
PRELÚDIO AO RESFRIADO
Simples e boa é a vida em liberdade
e com a mente clara: é suficiente
sentir frio nos pés: ajudam muito os passeios de outono pelo parque.
Em outubro, a febre é onipresente
quando baixa, do céu pré-hibernal,
a friagem de asas tão ligeiras
com seu abraço de arcanjo-libélula.
Caminhas entre as árvores e os muros,
de ti mesmo invisível, estrangeiro,
até que Röntgen descobre, em teus brônquios,
tua banalidade nebulosa.
Ainda está sadio, tedioso
mas, já com um sorriso generoso,
o resfriado manda o beijo aéreo
que lentamente cola-se a teus lábios.
Agora estás doente e nada deves
às amizades, festas, procissões.
Celsius confirma, com benevolência,
teu grau especial entre outras gentes.
O teu nariz escorre e, sob o braço,
do mercúrio sentes a comichão
que, depois, pára. E a argêntea exatitude
define a honra que te é devida.
Uma pesada dose de aspirina
a teu espírito desnvoltura
devolve. Essa é a vantagem da doença:
o frêmito malvado da audácia.
e com a mente clara: é suficiente
sentir frio nos pés: ajudam muito os passeios de outono pelo parque.
Em outubro, a febre é onipresente
quando baixa, do céu pré-hibernal,
a friagem de asas tão ligeiras
com seu abraço de arcanjo-libélula.
Caminhas entre as árvores e os muros,
de ti mesmo invisível, estrangeiro,
até que Röntgen descobre, em teus brônquios,
tua banalidade nebulosa.
Ainda está sadio, tedioso
mas, já com um sorriso generoso,
o resfriado manda o beijo aéreo
que lentamente cola-se a teus lábios.
Agora estás doente e nada deves
às amizades, festas, procissões.
Celsius confirma, com benevolência,
teu grau especial entre outras gentes.
O teu nariz escorre e, sob o braço,
do mercúrio sentes a comichão
que, depois, pára. E a argêntea exatitude
define a honra que te é devida.
Uma pesada dose de aspirina
a teu espírito desnvoltura
devolve. Essa é a vantagem da doença:
o frêmito malvado da audácia.
SEPARAÇÃO
Hoje nos separamos para sempre
e isso faz o mundo transformar-se.
Tudo nele anuncia a traição:
os rios vão se afastando das margens,
as nuvens vão se afastando do céu,
a mão direita olha para a esquerda
e arrogante diz: "Vou embora, adeus!"
Abril não mais prepara o mês de maio,
mês de maio que nunca mais verás,
e as flores se desfolham, feitas pó.
É a derrota do azul para o amarelo!
Já as últimas flores se esturricam,
comprimento e largura não há mais,
o branco, em estertor, já agoniza,
deixando um arco-íris de orfãzinhas.
A natureza afoga em sua tristeza,
a maré baixa sobre pela margem,
calam-se os sons e isso porque nós,
você e eu, pra sempre nos deixamos
(escrito por Akhmadullina quando se separou de Yevtuchenko)
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