capa da edição em português
capa da edição russa
A Rússia não possui apenas os clássicos da literatura, tão conhecidos e admirados por estas bandas de cá. Possui, ao contrário, grandes nomes, quer seja de escritores clássicos, modernos ou contemporâneos. Ivan Bunin é um deles. Considerado um dos maiores autores do século XX, foi o primeiro russo a receber o prêmio Nobel de Literatura, em 1933 (o que não deixa de ser uma injustiça, já que existem inúmeros escritores russos - contemporâneos ou anteriores a Bunin, também merecedores deste prêmio). Apesar disto, ele é ainda quase desconhecido em nosso país, o que não ocorre em sua terra natal, onde ele é tão valorizado quanto qualquer um dos seus grandes nomes das letras.
"Insolação" é uma seleção de contos, que inclui sua história mais conhecida, "O Cavalheiro de San Francisco", considerada uma verdadeira obra-prima, além de 24 outros contos, na sua grande maioria em primeira tradução no Brasil.
O conto que dá título ao livro relata uma história bem simples: num barco, nas águas do Volga, há um tenente e uma jovem mulher, anônima e completamente a ele desconhecida, que voltam para casa - depois das férias na Criméia - no mesmo navio. Em determinado momento, os dois são tomados por um lampejo de paixão, como jamais haviam experimentado na vida, como se "tivessem perdido a cabeça ou sido acometidos por uma insolação", conforme os dizeres dela. Sentem-se como tendo perdido o juízo e, ao mesmo tempo, incapazes de resistir a este sentimento, que lembrariam pelo resto da vida. É uma história de amor, sim, mas não banal. Muitos já escreveram sobre este tema, mas talvez não exista uma definição exata para um sentimento que cada um vive à sua maneira. O amor pode ser calmo e terno, platônico, elevado, romântico, tempestuoso, ardente ou inesperado e fulgurante como um relâmpago, da maneira relatada por Bunin.
Sobre os demais contos prefiro não falar, esperando que o leitor adquira o livro. Garanto que são todos ótimos. Alguns títulos que o leitor encontrará no livro são " Dia de verão", "Cáucaso", "O romance do corcunda", "Balada", "A velha", entre outros.
Bunin nasceu Ivan Alekseyevitch Bunin no dia 10 de outubro de 1870, em Boronezhe, Rússia e morreu em Paris, em novembro de 1953. Um verdadeiro amante da Rússia e de suas seculares tradições, Bunin foi contra a Revolução Bolchevique, que ele via como algo destrutivo para a Pátria. A este respeito ele escreveu o livro "Dias Malditos". Por essa razão, deixou a Rússia, juntamente com a esposa, em fevereiro de 1921, se radicando na França, aí vivendo por 33 anos.
No exílio, seguia de perto o que estava acontecendo em sua amada Rússia. "Ser russo permanece com você até o fim", escreveu ele, que desesperadamente desejava ver seu país novamente, o que foi frustrado pela eclosão da Segunda Grande Guerra. Morreu em 1953, tendo sido enterrado em Saint Geneviève de Bois, um cemitério perto de Paris.
Em 1991 foi criado o Museu Ivan Bunin, na propriedade da família em Oryel.
fachada
escritório do escritor
fragmentos de exposição literária
Lyudimila Bunina, mãe do escritor
Aleksei Bunin, pai de Ivan
Um comentário:
Ah... porque será que não gosto de contos!!! Esse escritor eu não conhecia. Vou procurar outro tipo de livro dele, pois conto eu não gosto! :(
Beijos
Adriana
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