segunda-feira, 24 de outubro de 2011

RELENDO A MORTE DE IVAN ILITCH

 A morte de Ivan Ilitch, ilustração de Ilyá Repin

A Morte de Ivan Ilitch foi uma das novelas mais fantásticas escritas por Lev Nikolaevitch Tolstoi. Digo mesmo - magistral - sem medo de estar exagerando. Já li e reli este livro várias vezes e a cada releitura me encanto com a minúcia de Tolstoi  aao relatar a psicologia e o sofrimento de um moribundo face a indiferença e o egoísmo dos que o cercam. Nesta hora, as pessoas próximas ao doente, muitas vezes, se  mostram como realmente são, em toda a sua mesquinhez.Assim foi no caso de  Ivan Ilitch, doente de um câncer progressivo e avassalador, ao que tudo indica,que se  sente um estorvo para os seus, que têm que cuidar dele e fazem isto apenas por obrigação. A novela apresenta cenas de "hipocrisia explícita'.Deixam Ivan sozinho a maior parte do tempo.  A gente chega quase a 'enxergar' tal solidão, de tão bem descrita que é. E, outra tirada genial do velho conde, são as reflexões que o moribundo faz, questionando-se o porque, logo ele, magistrado de sucesso, teria que morrer.Pergunta que, quase sempre, quem está a beira da morte e sabe disto se faz...Ele acredita que sua vida fora sempre exemplar, já que sempre fizera tudo o que a sociedade esperava dele: se casara, tivera filhos, agia exemplarmente tanto na vida familiar, quanto na profissional. No seu sofrimento moral diante da morte lhe ocorre, finalmente, que talvez toda a sua vida, à exceção de sua infância, tenha sido uma mentira. Ele se via nas outras pessoas, que revelavam uma piedade  hipócrita em relação à sua doença: sua mulher, sua filha, seus amigos.
Tolstoi retrata, em Ivan Ilitch, com detalhes espantosos, as fantasias da mente de um moribundo, no mais preciso retrato psicológico de pacientes terminais que já li. 
Nesta obra, Lev Nikolaevitch calçou o personagem central com suas idéias morais, ou seja, o mal é o egoísmo,a ganância, a ambição, mas sem preocupações moralizadoras.
O francês Guy de Maupassant afirmou que 
"comparada à esta novela de Tolstoi, sua obra de dez volumes não vale nada".(introdução de "El prisionero del Caucaso",Ed.Alfredo Ortels, Espanha).

3 comentários:

Fil. disse...

Uma das maiores novelas da literatura universal.

Simplesmente genial!

VICIADOS EM CAFÉ disse...

O mal é o egoísmo,a ganância, a ambição...
Aprendi isso na pele há bem poucos dias Milu!

VICIADOS EM CAFÉ disse...

O mal é o egoísmo,a ganância, a ambição...
Aprendi isso na pela há bem poucos dias

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