domingo, 16 de janeiro de 2011

MENSAGENS DE FIM DE ANO DOS LÍDERES RUSSOS E SOVIÉTICOS

Recebi de um amigo soviético (bielorrusso) estas mensagens de fim de ano dos presidentes da URSS e Rússia e as posto aqui, em especial, pensando na turma que estuda russo. Para os demais leitores do blog, talvez até seja de algum interesse, já que coloco, muito resumidamente, as linhas gerais dos discursos; você poderá ouvir, também,os hinos da Rússia e se sentir um pouco mais próximo deste país e sua cultura,uma vez que os pronunciamentos dos líderes na noite de ano novo são uma tradição desde o governo de Brejnev..(no vídeo de Putin, o Hino havia mudado, mas, graças a Deus, hoje em dia já é o anterior que prevalece novamente)


Aproveito, na oportunidade, para apresentar mais alguns derivados de nomes russos, conforme já vinha fazendo em posts mais antigos.

A tônica de todas as falas é sempre a mesma: os votos de um feliz ano novo, com referências ao ano que passou e aos feitos realizados na esfera política e economica. Uns mais, outros menos, falam de suas expectativas para o ano que vai entrar.

A série de vídeos começa com "Lyosha", nome derivado de Leonid(Brejnev), o primeiro presidente soviético a emitir mensagens de final de ano pela televisão. Depois dele houve uma pausa, retomada com Gorbachev.

Na sua época ainda não havia recurso do Teleprompter e o coitado do Brejnev lia o texto de maneira quase autômata.

Em linhas gerais, ele fala, com um sonolento ufanismo, do "grande passo dado pelo país rumo ao comunismo";lembra do "grande Lenin"; fala que "este é o último ano do oitavo plano quinquenal, ano de muito trabalho e criatividade, de novas vitórias e conquistas" (sic) - tudo resultado do trabalho do povo soviético. Fala, ainda, sobre democracia e sobre as esperanças para o ano de 1971; tudo isto, sem se esquecer de cumprimentar os "irmãos socialistas" de outros países, que "lutam pela liberdade e contra o imperialismo e capitalismo".



Em seguida, temos o "Misha", ou seja, o Mikhail Gorbachev.
Seu discurso já é bem diferente do anterior, guardando semelhanças apenas nos votos de felicidades para o próximo ano. Já não se nota mais o ufanismo que marcava o discurso do primeiro vídeo. Fala de problemas, dificuldades. Afirma que "depois de um ano difícil, nós começamos a reconstrução". Fala da grande dificuldade da reforma econômica e do agravamento da situação do mercado de bens de consumo. Ressalta que, apesar de tudo," agora temos claramente delineado o objetivo que queremos alcançar. Esta é uma demonstração humana da sociedade socialista e de justiça social ". Lembra que no ano de 1989 foi o ano das primeiras eleições livres da URSS. Fala muito das realizações de 1989, mas pouco do que espera do ano vindouro.
Interessante observar que os demais vídeos possuem comentários -poucos ou muitos, não importa - mas o do Gorbachev não os possui...



Sai "Misha", vem Boriska, aquele que gostava de um bom gole: o Boris Ieltsyn.
Como consta de um dos comentários do vídeo de Ieltsyn, dá para sentir que, para ele, cada mensagem de fim de ano é uma festa pessoal: parece que ele estava mesmo comemorando., com uma taça de champagne pronta para fazer um brinde..e a face denotando que já havia "brindado" bastante...

Seu discurso é mais vazio. Selecionei apenas um trecho, apenas para não passar em branco: "o ano não foi simples para o país, mas a noite do Ano Novo representa sempre uma nova esperança. Acredito que as luzes da árvore de Natal vão aquecer até o coração mais gelado e inspirar aqueles que junto a você , se cansaram e perderam as esperanças".



Após Ieltsyn, Temos o "Vovka",nome derivado de Vladímir (Putin) e, ao lado de seu sucessor, o campeão em comentários(pró e contra). Este pronunciamento ainda foi feito de seu gabinete no Kremlin: no ano seguinte, ele faria um pronunciamento direto da Praça Ivanovski Ele foi o primeiro dirigente do país que não ficou apenas nos pronunciamentos televisivos: ele passou a sair às ruas para cumprimentos.
Neste pronunciamento, Putin inicia se referindo ao primeiro presidente russo que renúnciava: Yeltsin e sobre seu pedido de que conduzisse o país.Afirma que não haveria nunca nem um minuto de vácuo no poder do país: "isto nunca aconteceu, nem nunca haverá de ocorrer".
No mais, ele deseja a cada cidadãofeliz ano novo, com muita saúde e um feliz novo século. Felicitações em especial para o agora já ex-presidente Ielstyn.

Finalizamos a série com o atual presidente russo "Dimka" ou Dmitri Medvédev.
Com ele dá para notar a diferença de tecnologia nestes 40 anos decorridos, desde o pronunciamento de Brejnev. Medvédev já fala bem mais descontraído, provavelmente usufruindo do teleprompter e de modernas técnicas de marketing político: é simpático, fala pausadamente sobre a "chance única de, neste dia, poder se dirigir a cada um de vocês". Fala, também, das dificuldades do ano findo e dos planos de formar um estado forte, estávvel e moderno; do esforço para dar a cada cada indivíduo mais conforto e segurança; faz referência aos 65 anos da "Grande Guerra Patriótica"(como os russos chamam a segunda guerra mundial). "Ano novo é uma nova chance, que não podemos perder".Seu discurso é menos político, do que afetivo, falando dos familiares, das pessoas que queremos bem: "Ano novo é uma gostosa festa familiar; hoje pensamos nas pessoas mais próximas, em nossos pais, em nossos filhos", etc, etc, etc. e termina desejando felicidade a todos. Menos demagogia, menos ufanismo, de todos os discursos foi o meu predileto.

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