quarta-feira, 21 de julho de 2010

O NEGRO DE PEDRO, O GRANDE: PUSHKIN


"O negro de Pedro, o Grande" é uma novela integrante do livro "A Dama de Espadas - Prosa e Poemas", de Aleksandr Pushkin, numa maravilhosa tradução de Boris Schnnaiderman e Nelson Ascher, pela Editora 34. O Todas as histórias do livro são inquestionavelmentes ótimas - o que é óbrio em se tratando de Pucchkin, mas meu destaque epecial é para esta novela inacabada, ecrita em 1827, na qual o autor "pretendia narrar a vida de seu trisavô pela linha materna, que fora comprado no serralho do Sultão de Constantinopla e dado de presente a Pedro, o Grande".
Realmente Pushkin foi uma mistura de nobreza com escravidão, já que pelo lado paterno ele tinha "seiscentos anos de nobreza" e esta mistura se reflete bastante em sua obra.

Dos dois lados de sua ascendência, ele herdou a aptidões:do lado paterno veio o gosto pela poesia e do materno o temperamento apaixonado. Seu aspecto físicoveio desta sua descendência africana (basta ver seu cabelo crespo e seus lábios grossos, nada típicos do povo russo).

Nesta novela, o personagem central é Pedro I e todos os personagens da obra giram em torno dele e dos últimos dias de seu reinado, que fez da Rússia sua oficina (ele gostava da arte da marcenaria e, dizem, fazia os próprios móveis) e um grande canteiro de obras e isto é muito bem mostrado por Pushkin como pano de fundo de sua novela, interrompida sem mais delongas em 1827, por motivos desconhecidos e que geram muita versão controversa, entre elas é a de que ele não teria querido relatar o período em que seu antepassado teria caído em desgraça, após a morte de seu protetor Pedro. Se foi isto, ninguém sabe ao certo, já que o autor não deixou nenhuma explicação registrada. O certo é que, mesmo sem um final, a novela é excelente e mais do que recomendo sua leitura: acho-a, mesmo, indispensável aos amantes a literatura russa.

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