sexta-feira, 16 de julho de 2010

LIVRO DO DIA: PEDRO, O GRANDE - ALExEI TOLSTOI

Romance histórico, que você lê sem perda de tempo, de tão interessante que é. Não compreendo por que seu autor, Alexei Tolstoi, é tão pouco divulgado no Brasil. Sua excelência denuncia sua linhagem: ele era uma mistura de duas famílias das mais importantes na história da literatura russa e universal: descendia de Turbuêniev e era parente de LievTolstoi. Ele é o maior romancista russo do período imediatamente anterior à Revolução de Outubro.

Alexei Tolstoi
Ao ler "Pedro, o Grande", você percebe claramente características do outro Tolstoi, o de "Guerra e Paz": narrativa minuciosa de pormenores (sem, no entanto, ser cansativo), pela criação de um sem fim de personagens, movimentados na história com maestria, a densidade psicológica destes personagens, a abordagem de problemas pessoais e coletivos que transmite ao leitor a impressão de ser participe da história, enfim, tudo reporta a Liev Nikolaevitch Tolstoi.
Por outro lado, possui a sobriedade de Ivan Turguêniev, com uma mistura de humor e melancolia, poesia.
Nesta obra, Alexei Tolstoi documenta um processo de transição, uma viragem histórica, com a conseqüente luta entre o velho que vai embora e o novo que chega se refletindo nos homens e instituições. O final do tzarismo, paralelo ao advento da Revolução de 17, criou a dialética da obra, que apresenta ao leitor uma síntese do passado imperial, mostrando que naquele período é que residem as forças que trouxeram a tona o movimento revolucionário.
Lendo "Pedro, o Grande", a gente assiste a um desfile de boiardos, mujiques, enfim - de todos os representantes da sociedade russa da época, dirigida por um homem de vontade sobrehumana, de personalidade revolucionária e criativa. Assim foi Pedro, imortalizado não a toa como "O Grande".

Um pouco sobre o autor:
Nascido a 10 de novembro de 1883. Sua vida durou 62 anos, morendo em fevereiro de 1945

Tal como seu famoso parente, autor de "Guerra e Paz",Alexei Tolstoi era, também, um conde. Membro da Academia de Ciências da URSS (1939) e participou do Comitê para Investigação
das Atrocidades dos Invasores Alemães na guerra.

Escreveu histórias de cunho social e psicológico, histório, bem como romances de ficção científica, novelas e contos e livros de não-ficção.

Ganhador de 3 Prêmios Stalin(anos de 1941, 1943 e após a sua morte, em1946).

medalha do prêmio Stalin


Seu pai era o conde Nikolai Aleksandrovitch Tolstoi , apesar de que alguns biógrafos atribuem sua paternidade ao amante de sua mãe, Alexei Apolonovitch Bostrom.
Aleksandra Leontievna, a mãe do escritor, era uma Turguenieva de nascimento (ver sua árvore genealógica aqui). Com o nascimento do filho, ela abandona o marido e vai viver com seu amante, com quem não poderia se casar oficialmente, por determinação da Igreja Ortodoxa, mas seu filho passou os anos de infância na propriedade de Bostrom, num sítio próximo da cidade de Samara (atual povoado de Pavlovka).A vida nesta propriedade foi retratada em alguns de seus contos e novelas.

Entre 1918 e 1923 foi exilado e escreveu suas impressões sobre este período na novela satírica Ibiscus e as aventuras de Nevsorova", Em 1927 participa da elaboração de um romance coletivo "O grande Incêndio", publicado pela revista "Ogonyok".

Entre 1922 e 1941,escreve a trilogia "O caminho dos tormentos", no qual trata do bolchevismo. Este livro foi publicado no Brasil mas, também, só pode ser encontrado no sebo. Das suas obras publicadas mais recentemente, que eu tenha notícias, só "A serpente" e"O nabo gigante"(infanto-juvenil). Resta ficar na torcida para a Ed.Cosac Naify, responsável por excelentes traduções dos escritores russos, nos presenteie com edições da obra de Alexei Tolstoi. Afinal, ele não só é um expoente da literatura russa, como também da literatura mundial!

Museu de Alexei Tolstoi, em Samara

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